Fotoproteção não é um tema simples. Depois de 15 anos desenvolvendo esse tipo de produto, posso afirmar com toda certeza que a complexidade para criar um protetor solar é parecido com a complexidade que o consumidor encontra para selecionar o melhor protetor solar para sua pele.
Por isso listei 8 tópicos fundamentais que os consumidores devem se atentar antes de comprar um protetor solar.
1. Comprar FPS baixo quando não temos certeza a quantidade correta de aplicação.
Se você é um consumidor que não sabe quanto aplicar de produto para obter o FPS descrito na rotulagem tenha uma certeza: após a aplicação, o FPS será menos da metade. Portanto para garantir uma boa proteção compre fatores altos.
2. Nem todo BB Cream é um protetor solar.
Existem produtos denominados pela ANVISA como multifuncionais. É o caso de muitos BB Creams, creme anti-idade com FPS ou loções clareadoras com FPS. Eles destacam o fator de proteção solar (FPS) no entanto, podem não apresentar boa proteção contra raios UVA. Aliás, muitos deles destacam na própria rotulagem os dizeres "Esse produto não é um protetor solar". Fique atento na rotulagem, se encontrar essa informação, saiba que você pode usar um produto com possível proteção UVA fraca. Um protetor solar de verdade deve apresentar o mínimo de proteção UVA.
3. Filtro com base tonalizante ou sem base?
Um erro muito comum é achar que protetor com cor protege mais do que protetor sem cor. As matérias-primas que dão cor de base ou deixam o produto com tom de pele são chamadas óxido de ferro. Em quantidade grande auxiliam principalmente na proteção contra a luz visível. Não possuem grande impacto na proteção contra UVB ou UVA. Por exemplo, um protetor com FPS 60 e PPD 20 com ou sem base, a proteção contra essas radiações será a mesma, 60 e 20, respectivamente. Mas o produto com base vai oferecer uma vantagem, a proteção contra a luz visível.
4. Não achei a informação sobre proteção UVA na rotulagem.
Não se preocupe. A legislação brasileira determina que todo protetor solar deve possuir teste de comprovação de eficácia contra os raios UVA, portanto se um produto está na prateleira, ele já comprovou essa proteção. Não é obrigatório destacar na rotulagem. Algumas empresas colocam essa informação, conhecido como PPD (persistente pigment darkening), que é o nome do teste de eficácia usado para medir proteção. Mas atenção, lembre-se dos produtos multifuncionais que não são protetores que citei no item 2 desse artigo.
5. Não encontro mais bloqueador solar.
Perfeitamente normal. Esse termo foi proibido pela ANVISA em 2012, pois nenhum protetor, independente do FPS protege 100% contra os raios ultravioleta. O termo correto é protetor solar ou fotoprotetor.
6. Posso usar protetor corporal no rosto.
Melhor evitar. Não é uma regra, mas alguns fotoprotetores corporais possuem ingredientes comedogênicos. Isso significa que podem dar espinha após aplicação. O contrário também é verdadeiro, usar protetor facia no corpo não é uma boa ideia. A maioria dos protetores para rosto não possuem agente de resistência a enxágüe e suor. Transferem facilmente para o tecido e portanto, a permanência desse tipo de produto na pele fica comprometida. Além disso, você já deve ter percebido que os produtos pra rosto são mais caros, isso é normal, pois para deixar o sensorial do produto mais seco e agradável, as empresas usam matérias-primas mais caras e tecnológicas, que são bem caras.
7. Comprar fotoprotetor sem se atentar ao tipo de pele.
Os protetores são desenvolvidos e adequados para cada tipo de pele. Quem tem pele oleosa deve preferir produtos específicos para esse tipo de pele, caso contrário, o uso fica comprometido. O sensorial oleoso vai fazer o consumidor aplicar menos e consequentemente a proteção vai cair também.
8. O mais caro é sempre o melhor?
Nem sempre. Posso garantir que nossos protetores solares brasileiros são excelentes. Independente da marca, os formuladores brasileiros são realmente bons. Isso garante que desde uma empresa que vende para público C, consegue fazer protetores com alta eficácia, comparada com os protetores vendidos para classe A e B. A diferença será o sensorial final, pois como já citei, a empresa que tem mais dinheiro, ou seja, aquela que vende um protetor facial por mais de 100 reais, tem mais recurso para investir em matérias-primas mais tecnológicas para deixar o protetor mais seco e aveludado.
Espero que minhas dicas possam ajudar vocês a escolher melhor o protetor solar de vocês!
Abraços
Lucas Portilho
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