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IPL + Microagulhamento + formulação pós-biótica no melasma


Por Lucas Portiho, Farmacêutico e Especialista em Cosmetologia.


Olá meus Amigos!

Quem acompanha a evolução científica do melasma já entendeu que estamos lidando com uma condição complexa, multifatorial e estrutural.

Reduzir o problema à simples presença de melanina é ignorar inflamação, dano da membrana basal, alteração vascular, disfunção de barreira e, mais recentemente, o papel do microbioma cutâneo.

Um estudo clínico publicado no Journal of Cosmetic Dermatology trouxe dados extremamente relevantes ao avaliar a associação entre luz intensa pulsada (IPL), microagulhamento e uma formulação pós-biótica à base de Lactobacillus fermentation lysate .


Mais do que mostrar resultados, o trabalho ajuda a entender por que protocolos combinados tendem a ser superiores no melasma.


Como o estudo foi desenhado (e por que isso importa)


Trata-se de um ensaio clínico randomizado, simples-cego, conduzido com 30 mulheres, entre 33 e 53 anos, todas com melasma misto e fototipos III e IV.

As participantes foram divididas em dois grupos:

🔹 Grupo 1 – IPL isolado

  • Tratamentos com IPL a cada 4 semanas

  • Duração total: 12 semanas

🔹 Grupo 2 – Terapia combinada

  • Alternância entre IPL e microagulhamento a cada 2 semanas

  • Após o microagulhamento, aplicação imediata de uma formulação pós-biótica

  • Duração total: 12 semanas

O microagulhamento foi realizado com agulhas de 0,5 mm, seguido da aplicação de uma loção contendo:

  • Lactobacillus fermentation lysate

  • niacinamida

  • ácido tranexâmico

  • agentes calmantes, hidratantes e reparadores

Ou seja: não estamos falando apenas de “microagulhamento com ativo”, mas de um racional completo de reparo e modulação inflamatória no pós-procedimento.


Lucas Portilho Cosmetologia e Estética
Estudo no Meu Instituto de Cosmetologia

Como os resultados foram avaliados

Os pesquisadores utilizaram três pilares de avaliação:

  1. mMASI (Modified Melasma Area and Severity Index)Avaliação clínica padronizada de área e intensidade da pigmentação.

  2. Análise objetiva por VISIA (Avaliando fotos de antes e depois)

  3. Satisfação das pacientes e efeitos adversos


O que os resultados mostraram, de forma objetiva

Ambos os grupos apresentaram melhora ao longo das 12 semanas. No entanto, o grupo da terapia combinada apresentou resultados significativamente superiores.

Os principais achados foram:

  • Redução mais intensa e mais rápida do mMASI

  • Melhora superior dos parâmetros de pigmentação avaliados pelo VISIA

  • Redução significativa de inflamação cutânea 

  • Redução de marcadores de dano UV

  • Menor incidência de hiperpigmentação pós-inflamatória

  • Recuperação cutânea mais rápida

  • Mais de 73% das pacientes satisfeitas ou muito satisfeitas

Isso indica que o protocolo combinado não apenas clareou, mas atuou na base fisiopatológica do melasma.


E afinal, o que os cientistas concluíram?


Segundo os pesquisadores, essa estratégia:

  • facilita a degradação e o metabolismo da melanina,

  • promove renovação epidérmica,

  • estimula regeneração de colágeno,

  • reduz inflamação,

  • auxilia na restauração da barreira cutânea,

  • contribui para o equilíbrio do microbioma da pele,

  • e diminui a incidência de efeitos adversos quando comparada ao IPL isolado .

Os autores destacam ainda que o Lactobacillus fermentation lysate exerce papel relevante ao:

  • modular vias inflamatórias e antioxidantes,

  • auxiliar na reparação tecidual,

  • interferir positivamente nos mecanismos de melanogênese.

Em outras palavras: o pós-procedimento deixou de ser coadjuvante e passou a ser parte ativa do tratamento.


O que esse estudo ensina para quem formula e prescreve

Esse trabalho reforça algo que, na prática, já observamos há anos:

Melasma exige estratégia, não monoterapia.

Para o farmacêutico formulador e para o profissional da estética, fica claro que:

  • protocolos combinados entregam mais resultado e menos rebote;

  • ativos pós-bióticos fazem sentido quando bem indicados;

  • reparar a pele é tão importante quanto clarear;

  • controlar inflamação e barreira reduz risco de recidiva.

Não se trata de “moda do microbioma”.Trata-se de fisiologia aplicada ao tratamento do melasma.


Considerações finais

Gostei do estudo, embora ele tenha limitações — amostra pequena, apenas mulheres e curto período de acompanhamento —, mas aponta com clareza para o futuro do manejo do melasma.

Não é sobre escolher entre tecnologia ou cosmético.É sobre integrar tudo com racional científico.

Quem ainda trata melasma apenas como excesso de melanina está olhando para o problema pela metade.

Vale a leitura e está liberado na íntegra.

abraços

Lucas Portilho

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