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Eficácia do gel de dapsona 7,5% na rosácea

Olá meus amigos! espero que esteja bem!


Hoje trago como sugestão de leitura o estudo das pesquisadoras da Turquia, Defne Özkoca e Nazlı Caf, que conduziram um estudo clínico com o objetivo de avaliar a eficácia e segurança do gel de dapsona a 7,5% no tratamento da rosácea papulopustulosa. Apesar de a dapsona tópica já ter recomendação nível A para essa condição inflamatória crônica da pele, este foi o primeiro estudo específico a documentar sua performance clínica nesse contexto.


Como foi conduzido o estudo?

Foram recrutadas 32 mulheres entre 18 e 70 anos, todas diagnosticadas com rosácea papulopustulosa e com pontuação mínima de 2 na escala IGA (Avaliação Global do Investigador). As pacientes aplicaram o gel de dapsona 7,5% uma vez ao dia, à noite, por oito semanas, e não puderam utilizar nenhum outro tratamento tópico ou sistêmico durante o estudo – com exceção claro, de um protetor solar FPS 50 e um creme emoliente.


Os resultados foram positivos?

Foram sim – e bastante significativos. Veja os principais dados:


  • Contagem média de lesões:

    • Semana 0: 22,10 ± 8,95

    • Semana 4: 11,90 ± 6,49

    • Semana 8: 3,87 ± 3,76

  • Pontuação média de IGA:

    • Semana 0: 3,06 ± 0,81

    • Semana 4: 2,10 ± 0,87

    • Semana 8: 0,74 ± 0,73


      Assista!

As reduções nas contagens de lesões e nas pontuações clínicas foram estatisticamente significativas já no primeiro mês de uso e se mantiveram em melhora contínua até o segundo mês. Um ponto extremamente relevante: os resultados foram consistentes independentemente da idade das participantes.


E quanto à tolerabilidade?

Outra informação que achei bem importante foi a ausência de efeitos adversos como ardência, dor, eritema ou descamação – sintomas comuns em peles com rosácea. Isso reforça a dapsona como uma opção segura, especialmente para pacientes com baixa tolerância cutânea.


Considerações para prática clínica

Embora promissor, é importante observar que o estudo foi limitado à população feminina e não incluiu grupo controle (placebo ou comparador ativo). Mesmo assim, os dados são bastante encorajadores e abrem espaço para considerar a dapsona 7,5% como uma alternativa eficaz e bem tolerada, principalmente em pacientes com sensibilidade a outros ativos como metronidazol ou ivermectina.


O que é a dapsona?


Pra quem quer saber mais sobre a dapsona:

Diamino difenilsulfona:  é um derivado sintético da sulfa, tradicionalmente utilizado por via oral no tratamento da hanseníase e algumas doenças autoimunes, como dermatite herpetiforme e lúpus. Porém, sua formulação tópica ganhou popularidade nos últimos anos, especialmente em doenças inflamatórias da pele como acne vulgar e, mais recentemente, rosácea.

Seu mecanismo de ação não é apenas antibacteriano, como muitos pensam. A dapsona atua principalmente como anti-inflamatório, inibindo a atividade de neutrófilos e a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS), que estão aumentadas na pele com rosácea. Isso ajuda a reduzir a vermelhidão, as pápulas e as pústulas sem causar irritação significativa — um ponto crítico para pacientes com pele sensibilizada.


Abraços!

Lucas Portilho


  1. Özkoca D, Caf N. The treatment efficacy of 7.5% dapsone gel in papulopustular rosacea: a prospective study. Cutan Ocul Toxicol. 2024 Dec;43(4):405-409. doi: 10.1080/15569527.2024.2424932. Epub 2024 Nov 12. PMID: 39529605.

  2. Lovell KK, Momin RI, Sangha HS, Feldman SR, Pichardo RO. Dapsone Use in Dermatology. Am J Clin Dermatol. 2024 Sep;25(5):811-822. doi: 10.1007/s40257-024-00879-8. Epub 2024 Jul 30. PMID: 39078587; PMCID: PMC11358223.


Lucas Portilho te ensina cosmetologia

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