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Diferenças entre a Pele do Homem e da Mulher

Atualizado: 4 de jan. de 2023

Ter conhecimento sobre as diferenças entre a pele do homem da mulher podem nos ajudar a desenhar melhor os tratamentos e/ou desenvolver produtos mais adequados para cada público.

Segundo estudos publicados, nas desordens de pele as doenças infecciosas são mais comuns em homens enquanto disfunções psicossomáticas, manchas de pele, algumas disfunções do cabelo, autoimunes e reações alérgicas são mais presentes em mulheres.


Hidratação da Pele


Em relação a espessura da pele, um fator bem importante quando pensamos em hidratação, a pele masculina é mais espessa nas regiões da testa, na bochecha, mandibular, pescoço e abdômen. Em indivíduos jovens esse fator de espessura não representa muita diferença, no entanto, em indivíduos com fotoenvelhecimento, a desidratação é maior em mulheres do que em homens.

Outro estudo alemão demonstrou maior hidratação do estrato córneo em homens jovens comparados com mulheres jovens, curiosamente, outro estudo chinês observou que a pele das participantes do sexo feminino era significativamente mais hidratada do que a dos participantes do sexo masculino.

No quadro geral, acabamos observando resultados bem contraditórios, onde as variações podem estar relacionadas com o tipo de equipamento utilizado, a área testada, a falta de padronização entre os participantes e a período das medidas, pois sabemos o ciclo circadiano pode interferir na perda de água transepidermal e hidratação.


Oleosidade


Um estudo demonstrou que não há diferença entre a produção de sebo na pele dos homens ou das mulheres. Mas como vimos acima, quando a avaliação é feita por outros pesquisadores, pode haver diferenças. É o caso de outro estudo que demonstrou que, com exceção da testa, as mulheres tendem a apresentar maior produção de sebo no rosto quando comparado com homens. Numa publicação mais recente de 2013, foi demonstrado que o conteúdo de sebo nos homens era relativamente estável nas bochechas e aumentava ligeiramente na testa com a idade, mas diminuía progressivamente nas mulheres ao longo da vida.

Foi relatado que os homens apresentam maior produção de sebo e poros maiores. Um estudo coreano com 30 homens e 30 mulheres encontrou uma correlação positiva impressionante entre sexo masculino, tamanho dos poros e excreção de sebo. Em outro estudo de 2013, as diferenças relacionadas ao sexo e as percepções subjetivas dos homens sobre a pele e hábitos diários de cuidado com a pele foram investigadas usando medidas instrumentais simples. Os resultados mostraram que a pele masculina tinha duas características específicas devido à quantidade excessiva de sebo: função de barreira prejudicada e falta de tratamento adequado da pele devido à sensação de pegajosidade. Em uma comparação da secreção de sebo por sexo, a pele das participantes do sexo feminino era menos oleosa no rosto e colo.


pH da pele


Estudos relataram que o pH da pele é mais baixo (ou seja, mais ácido) em homens, mas um estudo 1987 mostrou que o pH da pele não estava correlacionado com o sexo. Em outro estudo, o pH da pele foi maior nas bochechas em ambos os sexos. A testa feminina e a mão masculina apresentaram os menores pH. Exceto em algumas áreas, especialmente na testa, o valor do pH das mulheres foi sempre> 5. Em relação à idade, uma tendência de aumento do valor do pH foi observada apenas nos homens.

Os hormônios sexuais geralmente não exercem (ou têm apenas efeitos menores) no pH da superfície da pele. Estudos isolados relataram ligeiras variações sexuais no pH, que são atribuídas a diferentes hábitos cosméticos. Durante o período pós gestação, uma rápida diminuição do pH foi observada durante a primeira semana, e uma diminuição gradual durante as próximas 3 semanas foi medida. Os resultados de um estudo de 1991 não demonstraram diferença nos valores de pH entre homens e mulheres na maioria das regiões anatômicas.

No geral, a faixa encontrada de pH nas mulheres foi de 5,45 – 6,10, enquanto em homens ficou na faixa de 5,46 – 6,40.


Elasticidade da pele


Estudo de 2012 relatou que a elasticidade da pele era maior em mulheres do que em homens; no entanto, a diferença não foi estatisticamente significativa. Outros pesquisadores também relataram que as propriedades elásticas da pele não foram correlacionadas com o sexo.

Mas existem estudos que relataram que a deformação elástica foi maior no sexo feminino, mas apenas na pele do abdômen. A rigidez da pele também foi maior nas participantes do sexo feminino, mas a diferença só foi significativa na pele do abdômen. Em estudo com 300 indivíduos saudáveis ​​do sexo masculino e feminino (faixa etária: 20-74 anos), demostraram que, em uma idade jovem, os resultados dos parâmetros relativos são maiores para as mulheres, mas os parâmetros absolutos são maiores para os homens. Os pesquisadores também concluíram que as propriedades mecânicas mudaram de maneira diferente em homens e mulheres ao longo da vida e que a pele feminina é menos distensível, mas tem uma maior capacidade de recuperação após o alongamento em comparação com a pele masculina.


Rugas


Estudo mostrou que em todas as faixas etárias de 173 homens e mulheres japoneses, os homens apresentaram aumento das rugas na testa em comparação com as mulheres. Nenhuma diferença dependente do sexo foi encontrada nas rugas da pálpebra superior. Com exceção da faixa etária mais velha (idade: 65-75 anos), em que as rugas nas mulheres eram maiores ou iguais às dos homens, as demais rugas faciais eram maiores nos homens em todos os grupos. Quando investigadas as diferenças relacionadas ao sexo na exposição ao sol em indivíduos <60 anos de idade, foi sugerido que níveis mais baixos de exposição ao sol em mulheres podem resultar em menos rugas. Em um estudo comparativo de linhas finas por sexo, a pele das participantes do sexo feminino mostrou-se mais lisa.


Vários estudos compararam as propriedades biofísicas da pele entre homens e mulheres e para alguns parâmetros, os mesmos resultados foram geralmente relatados. Por exemplo, o conteúdo de sebo é maior nos homens porque o sebo é altamente influenciado pelos hormônios sexuais. Além disso, a espessura da pele é significativamente maior, as rugas faciais são mais profundas e a flacidez facial é mais proeminente nas pálpebras inferiores dos homens, mas não há diferença significativa na elasticidade da pele entre os sexos. Por outro lado, os resultados em outros parâmetros são conflitantes, o que pode ser devido a diferenças no desenho do estudo, dispositivos de medição, tamanho da amostra, local de medição, condições ambientais e os antecedentes genéticos dos indivíduos. Essas diferenças devem ser levadas em consideração ao elaborar estudos clínicos e ao prescrever produtos tópicos para tratar pacientes.


Muito legal essa revisão e para quem quiser ler o estudo completo, a referência está logo abaixo.

Abraços

Lucas



Bailey SH, Oni G, Brown SA, Kashefi N, Cheriyan S, Maxted M, Stewart C, Jones C, Maluso P, Kenkel AM, Kenkel MM, Hoopman J, Barton F Jr, Kenkel JM. The use of non-invasive instruments in characterizing human facial and abdominal skin. Lasers Surg Med. 2012 Feb;44(2):131-42. doi: 10.1002/lsm.21147. Epub 2011 Dec 16. PMID: 22180289.



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