Olha que legal essa nova revisão que saiu sobre microagulhamento no melasma. E já vou direto aqui para a conclusão dessa meta análise: Os autores concluem que microagulhamento é uma valiosa terapia adjuvante para o tratamento do melasma, mas temos que tomar cuidado com essa informação, porque essa verdade não pode extrapolar para todo tipo de microagulhamento.
O que o microagulhamento pode fazer a nossa pele e liberar fatores de crescimento como por exemplo o chamado TGF, fator de crescimento transformador, que ele vai inibir um fator de transcrição denominado MITF, que dá origem às enzimas que vão formar melanina escura. Ou seja, quando o microagulho há uma liberação de um fator que consegue ser inibitório, ele inibe a melanogênese.
Mas, por outro lado, a gente sabe também que o microagulhamento malfeito pode gerar mediadores inflamatórios. Ele pode levar a uma inflamação. E todo mundo já sabe que a inflamação pode levar à hiperpigmentação, a temida hiperpigmentação pós inflamatória. Isso acontece quando o microagulhamento é feito de forma incorreta, como agulhas com profundidades que levam a dano maior do que o benefício.
Essa meta análise, apesar de nos trazer boas notícias, nos traz também a preocupação e o cuidado de capacitar profissionais e de nos capacitarmos para poder fazer o procedimento correto, porque aquilo que poderia ser um herói pode se tornar um vilão.
Minha orientação é não sair por aí sempre levantando a bandeira de que o microagulhamento é bom para melasma. Primeiro você deveria dizer: “se feito corretamente, o microaragulhamento é bom para o melasma”.
Um abraço e vale a leitura do artigo.
Lucas Portilho
Simin H, Siliang X, Wei C, Ping D, Erlong L, Jianbo Z. Efficacy of Microneedle as an Assisted Therapy for Melasma: A Meta-analysis and Systematic Review of Randomized Controlled Trials. Aesthetic Plast Surg. 2024 Oct 16. doi: 10.1007/s00266-024-04395-2. Epub ahead of print. PMID: 39414648.
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