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Finasterida e dutasterida afinam a barba? A resposta da ciência com 453 pacientes

Atualizado: há 3 dias

Por Lucas Portilho, Farmacêutico e Mestre em Clínica Médica pela Unicamp


Olá meus amigos!


Um dos receios mais comuns entre os homens que começam o tratamento para alopecia androgenética é: “Se eu tomar finasterida ou dutasterida, vou perder a barba?”

Essa pergunta não é à toa. Afinal, esses medicamentos são inibidores da 5-alfa redutase — enzima responsável por converter a testosterona em DHT (dihidrotestosterona), o andrógeno de maior potência no organismo masculino. E como a barba também é androgênio-dependente, o medo é que a medicação acabe prejudicando seu crescimento.

Mas um estudo recente, publicado em 2024 na revista Actas Dermo-Sifiliográficas, trouxe dados bem objetivos sobre esse tema — e a resposta é tranquilizadora.


O que o estudo avaliou?

Foram analisados 453 pacientes com barba já formada e que usaram monoterapia com 5ARIs (finasterida 1 mg ou dutasterida 0,5 mg) por no mínimo 12 meses. Importante: todos os participantes tinham mais de 16 anos e mantiveram a barba com o mesmo estilo durante o estudo para permitir uma comparação confiável entre as visitas.

Os pesquisadores queriam saber se havia algum impacto no grosso da barba — se ela afinava, engrossava ou permanecia igual — após um ano de tratamento.


Aula sobre finasterida tópico

Os resultados

A maioria absoluta dos pacientes (96,9%) não apresentou nenhuma alteração no aspecto da barba.

  • Apenas 1,1% dos casos apresentaram redução do grosso da barba.

  • Em 1,9% dos pacientes, a barba até aumentou o grosso.

  • E o restante? Nada mudou.

Esses dados reforçam aquilo que a experiência clínica já vinha mostrando: os inibidores da 5-alfa redutase não prejudicam a barba quando ela já está estabelecida.


Por que isso acontece?

A explicação está na fisiologia. Diferente do couro cabeludo, onde o DHT estimula a miniaturização do fio e leva à calvície, a barba já formada é surpreendentemente resistente à queda hormonal.

Estudos com mulheres transgênero, por exemplo, mostram que mesmo com o uso de antiandrógenos potentes e estrogênios, o crescimento da barba é difícil de ser revertido — e, em muitos casos, persiste mesmo após orquiectomia.

Além disso, finasterida e dutasterida não são antiandrógenos “puros”. Elas não reduzem os níveis de testosterona circulante. E essa testosterona, mesmo com menos DHT, continua ativando os receptores androgênicos nos folículos da barba.


Conclusão

Se você é profissional da área e tem pacientes preocupados com a barba ao iniciar o tratamento para calvície, pode tranquilizá-los: o uso de finasterida ou dutasterida não afina a barba em homens com padrão já estabelecido de crescimento.

E isso não é só percepção de consultório — agora temos dados concretos e um número  bem robusto de 453 pacientes para respaldar essa orientação.


abraços!

Lucas Portilho


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