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Foto do escritorLucas Portilho

Microbioma Cutâneo, Prebióticos e Probiótico para a Pele


Ao visitar a última In Cosmetics em Amsterdam um dos conceitos que me chamou a atenção foi a “Modulação do Microbioma Cutâneo”. Não é de se estranhar, pois estudos mostram que somos formados por aproximadamente 40% células e 60% microrganismos (bactérias). Não tenho dúvidas que na maioria das vezes que aplicamos produtos na pele, estamos de alguma forma alterando parâmetros microbiológicos em nossa pele, mas até então, não estávamos olhando com cuidado pra esse grupo de seres vivos que nos habitam.

BACTÉRIAS E PELE

Os microorganismos não estão apenas na nossa pele, estão principalmente no intestino e existem indícios que doenças de pele tem correlação com o estado da microbiota intestinal. Além disso, em doenças de pele bem conhecidas como psoríase, dermatite atópica e rosácea já foi comprovado que microsganismos específicos exercem efeito negativo no quadro clínico dessas doenças. Alguns estudos vão além, segurem que se modularmos o microbioma cutâneo, teremos um reflexo no intestino e por consequência no cérebro.

DOENÇAS DE PELE E MICROBIOMA

A possível interação pele e intestino pode ser vista em condições como a doença celíaca, que frequentemente está associada com dermatites e psoríase. Estudos recentes também associam a microbiota intestinal e doença relacionada a barreira cutânea, como a dermatite atópica. Seria a alteração na pele um resultado da alteração intestinal ou a alteração intestinal está apenas refletindo o desbalanço do microbioma cutâneo? Já foi mapeado que índios que vivem em ambientes distantes dos grandes centros urbanos possuem uma diversidade de microorganismos superior aqueles que vivem em grandes centros. Fica claro que a vida moderna e o contato com poluentes como hidrocarbonetos aromáticos, metais pesados e outros alérgenos influenciam de forma negativa nossa barreira cutânea. Alguns deles, como os hidrocarbonetos aromáticos se ligam aos receptores Aril-hidrocarbonetos levando a uma cascata inflamatória e consequente dano de barreira, mas agora podemos começar a testar o impacto desses poluentes no crescimento dos microorganismos.

INOVAÇÃO

As empresas que lançam novos ativos já nos ajudam a entender melhor como modular o microbioma cutâneo e já estão desenvolvendo ativos que podemos usar em nossos novos desenvolvimentos.

Vou usar um heptapeptídeo recém lançado e fabricado na Espanha como exemplo.

Os estudos conduzidos pelo fabricante demonstraram claramente que é possível diminuir a colonização da pele por bactérias patogênicas e aumentar aqueles que promovem benefícios cutâneos. O nome dessa ação é “modulação do microbioma da pele”. O heptapeptídeo possui nome comercial de Fensebiome. O estudo in vivo comprovou o aumento da diversidade no microbioma da pele dos voluntários. O mais interessante foi que esse aumento foi relacionado com microrganismos favoráveis para a pele, como actinobactérias e proteobactérias.

MODULAR OU ELIMINAR BACTÉRIAS?

Aqui fica claro que usar substâncias “antimicrobianas”, que eliminam microorganismos é totalmente diferente dessa nova abordagem que estamos usando na cosmetologia. Modular é diferente de eliminar.

O reflexo da modulação do microbioma através do uso do Fensebiome é uma formação de barreira mais íntegra que não somente impede a perda de água transepidermal, como também impede que alérgenos penetrem facilmente na pele. Além disso os estudos in vitro demonstraram melhora no perfil lipídico da pele, como aumento de ceramidas e aumento da expressão dos genes relacionados com junções intracelulares, garantindo maior coesão.

Muito importante para os profissionais que atuam com pele entender e utilizar essas novas ferramentas para modulação do microbioma e assim melhorar e prevenir doenças de pele.

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