A Poluição e Manchas na Pele: Entenda o Mecanismo e as Soluções Cosméticas
- Lucas Portilho
- 10 de jun.
- 2 min de leitura
Por Lucas Portilho – Farmacêutico e Especialista em Cosmetologia
Olá, meus amigos! Espero que todos estejam bem!
Quando pensamos em poluição, o que geralmente vem à mente são problemas respiratórios, doenças cardiovasculares e impactos no meio ambiente. Mas não é de hoje que sabemos que a polução também pode prejudicar nossa pele — principalmente no que se que diz respeito à hiperpigmentação.
A ciência por trás da poluição e manchas na pele
Reocmendo a leitura do novo artigo publicado no International Journal of Dermatology.
Sabiam que a poluição do ar é hoje considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a maior ameaça ambiental à saúde pública global? E sua influência sobre a nossa pele é cada vez mais evidente.
Partículas finas de poluição (PM – particulate matter), penetram na epiderme e ativam o receptor de hidrocarbonetos aromáticos, o famoso AhR (Aryl Hydrocarbon Receptor). Esse mecanismo leva à produção exacerbada de espécies reativas de oxigênio (ROS), promovendo estresse oxidativo, inflamação e, como consequência, ativação dos melanócitos. O resultado? Manchas como melasma, lentigens senis e hiperpigmentações difusas, principalmente em áreas expostas como o rosto.
Além disso, a exposição combinada ao UVR (radiação ultravioleta) e à poluição potencializa ainda mais os danos, gerando um ciclo inflamatório que acentua o desequilíbrio da pigmentação cutânea.
Antioxidantes: uma linha de defesa, mas não suficiente
O artigo ainda destaca o uso de antioxidantes como vitamina E, N-acetilcisteína e niacinamida, que atuam combatendo os radicais livres. Embora sejam aliados importantes, as formulações cosméticas modernas exigem ativos mais específicos e tecnológicos para atuar diretamente nos mecanismos desencadeados pela poluição.
Aqui no Brasil temos alguns ativos bem específicos para diminuir o impacto da poluição na pele.
EPS White
Produzido pela Codif (França), o EPS White® é um polissacarídeo exopolissacarídico marinho obtido por biotecnologia, que atua inibindo a cascata de eventos pró-inflamatórios (COX-2) e, portanto, prevenindo a ativação dos melanócitos.
Além disso, ele reduz significativamente a produção de melanina induzida por partículas de poluição, tornando-se um ativo estratégico na prevenção e tratamento de manchas causadas pelo ambiente urbano.
Eu me lembro de conversar com o pesquisador francês que desenvolvei o ativo e eles usaram nos estudos de eficácia fumaça de escapamento nos testes para simular os danos.
Apolluskín
Já o Apolluskin®, desenvolvido pela Silab (França), age como um verdadeiro "intérprete celular", aumentando a resistência das células cutâneas ao estresse oxidativo causado por poluentes.
O mecanismo de ação do Apoluskin envolve a regulação da inflamação induzida pela poluição, principalmente inibindo a ativação dos receptores AhR. O ativo também ajuda a modular a expressão de genes envolvidos na pigmentação e inflamação.
Vale a leitura e se você mora em grandes centros urbanos ou atende pacientes com queixas de manchas que “não saem por nada”, considere que o inimigo pode estar no ar — literalmente.
Até a próxima, meus amigos!
Lucas Portilho
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