O governador do estado de Nova York (NY), Andrew M. Cuomo assinou uma nova legislação para banir o 1,4 dioxano de produtos de limpeza e limitar o mesmo em produtos cosméticos acabados.
O objetivo da legislação é diminuir o contaminante 1,4 dioxano do sistema de água das cidades. Quando usamos produtos de limpeza e cosméticos e depois enxaguamos, os mesmos vão para tratamentos de água. No entanto, por ser potencialmente cancerígeno, o 1,4 dioxano não deveria ser encontrado na água potável. O governo de NY é o estado que mais investe em tratamento de água e para eles é inconcebível que a água esteja contaminada com substâncias provenientes de produtos de limpeza e cosméticos.
Por que essa notícia não se espalha fácil?
A resposta é simples: pouquíssimas pessoas sabem o que é 1,4 dioxano. Você sabe o que é?
O 1,4 dioxano pode estar presente em qualquer produto que contenha matérias primas que foram fabricadas usando um processo químico chamado de etoxilação. Neste processo químico, feito em altas temperaturas, a matéria prima adquire propriedades tensoativas e é usada para fazer detergentes, emulsionantes e agentes solubilizantes. Durante o processo, ocorre a formação do subproduto em questão, o 1,4 dioxano. Ele é formado durante o processo e pode ou não ser eliminado da matéria prima final.
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Como saber se a matéria prima contém resíduos de 1,4 dioxano?
Somente o fabricante pode responder essa pergunta, afinal de contas ele é o dono do processo de fabricação.
Até dezembro de 2022, as empresas terão de reduzir a presença de 1,4 dioxano em 10 ppm (partes por milhão) em cosméticos leave on. Em dezembro de 2023 serão limitados a 1 ppm em cosméticos enxaguáveis e produtos de limpeza.
Qual o impacto dessa Lei para o Brasil?
Na minha opinião essa Lei nos ajuda a engrenar cada vez mais a Green Cosmética. Nos cosméticos vegetalizados, principalmente nos orgânicos, a presença do 1,4 dioxano não existe, tendo em vista que as matérias primas etoxiladas são proibidas neste tipo de produto. Alguns cosméticos naturais acabados no Brasil ainda apresentam a presença de etoxilados.
Mas muito cuidado aqui, existem produtos com matérias primas etoxiladas e que eliminaram totalmente o 1,4 dioxano. A grande polemica aqui é, será que o consumidor final vai entender essa confusão toda? Ou, ao observar a presença de etoxilados, ele vai julgar que o produto é potencialmente cancerígeno?
A mídia não científica vai ajudar a polemizar esse tema, como já tem feito.
Os Médicos e Profissionais que indicam produtos precisarão estar mais atentos aos rótulos quanto a possível presença do 1,4 dioxano, para não serem questionados por seus pacientes.
Formular sem etoxilados é uma opção?
Sou formulador e seria hipocrisia da minha parte confirmar tal sentença. Ainda precisamos dos etoxilados, mas precisamos também de uma maior transparência e rapidez dos fabricantes quanto a presença ou não do 1,4 dioxano em matérias primas etoxiladas. Por enquanto o ideal é irmos nos conformando que um dia os etoxilados podem sumir de vez e para aprender a formular sem essas substâncias.
Sugiro que os Profissionais que visitem nosso Instituto de Cosmetologia, pois somos especialistas nesse tipo de formulação.
Abraços!
Lucas Portilho